Se você quiser conhecer Viamão, é obrigatória uma parada na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), rememora o período de invasão dos espanhóis na Capitania do Rio Grande de São Pedro. Em 1763, os portugueses precisaram transferir a capital para Viamão depois da ocupação de Rio Grande. A população da freguesia cresceu e a primeira capela, concluída em 1747, ficou pequena. O projeto da nova igreja foi feito pelo governador José Custódio de Sá e Faria, engenheiro reconhecido por obras de igrejas e fortificações militares. Além das atividades religiosas, a obra foi pensada como proteção para a nova capital. A história da igreja-fortaleza é contada em detalhes no novo livro Viamão 300 anos, de Elmar Bones, Vítor Ortiz e José Barrionuevo. Custódio não sabia até onde avançariam os espanhóis, que chegaram a controlar dois terços do território do Rio Grande do Sul. Sem estruturas militares, como fortes, Viamão ganhou uma igreja com paredes de um metro e meio de largura e seteiras, estreitas aberturas para repelir ataques. Em 10 de agosto de 1767, o governador e vigários deliberaram a construção da igreja ao lado oeste da antiga capela. O mestre carpinteiro Francisco da Costa Sene iniciou a obra em 21 de setembro. Custódio deixou o governo em 1769, sem a conclusão do trabalho. A primeira missa, celebrada pelo vigário José Antônio Malta, só ocorreu em 6 de abril de 1770, mesmo com a obra incompleta. Importante lembrar que os castelhanos não chegaram a Viamão. Com a transferência da capital para Porto Alegre, em 1773, a freguesia de Viamão perdeu população e doações. Em estilo barroco colonial, a igreja recebeu melhorias importantes a partir de 1782, quando chegou o pároco João Diniz Alvares de Lima, herdeiro de uma família rica. Na tradicional festa de Nossa Senhora da Conceição, celebrada em 8 de dezembro, a igreja foi visitada por Dom Pedro I, que assistiu à missa e pernoitou em Viamão em 1826. Em 1845, o filho Dom Pedro II esteve na celebração. Depois da Guerra dos Farrapos, o templo estava em péssimo o estado de conservação. Viamão era refúgio dos farroupilhas. Obras no século 20 modificaram características originais da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, antes do tombamento pelo Iphan, em 1938. A antiga capela, ao lado da igreja, foi demolida em 1954. Em 2023, está em elaboração projeto de restauro da igreja.
Origem do nome Viamão Os Campos de Viamão eram ocupados por sesmarias dedicadas à criação de gado. Em 14 de setembro de 1741, foi autorizada construção da primeira capela de Nossa Senhora da Conceição de Viamão. A data é considerada para comemoração de fundação do atual município. A obra ficou pronta em 1747, quando foi reconhecida a freguesia, com batismos, casamentos e outros registros oficiais. O povoado teve origem nas terras do tropeiro Francisco Carvalho da Cunha, que doou uma parte da sua sesmaria, a Estância Grande, para erguer a capela. Em volta, surgiram casas. Qual a origem do nome Viamão? A versão popular é relacionada à mão formada pelos rios do estuário do Guaíba e o Arroio Dilúvio. A questão é que a tal mão não pode ser vista em nenhum ponto alto da região. No livro Viamão 300 anos, os autores esclarecem que o "entendimento predominante é de que o nome vem do tupi-guarani, ou seja, dos habitantes mais primitivos que a chamavam de ibiá ou ibiaçá". A palavra ibiá significa "cabeceiras altas, chapadas altas e serras cortadas". A palavra ibiamon significaria o "caminho entre os montes da Serra Geral". De ibiamon surgiria Viamão. Como conhecer a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição Visitas: terça-feira a sábado, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30 (fecha mais tarde quando tem missa) Missas: quarta-feira (18h), sexta-feira (15h), sábado (18h) e domingo (9h e 18h) Endereço: Praça Cônego Bernardo Machado dos Santos, 53, Centro de Viamão Visitas de grupos podem ser agendadas pelo telefone 51 34851515 Lançamento do livro Viamão 300 anos Depois do lançamento realizado em Viamão, será a vez da sessão de autógrafos em Porto Alegre. Os autores estarão no dia 3 de agosto (quinta-feira), das 18h às 20h, no Memorial do Rio Grande do Sul, na Praça da Alfândega. Informações e encomendas no perfil do projeto no Instagram: @livroviamao300anos.