31/07/2023 às 09h53min - Atualizada em 31/07/2023 às 09h53min
Homem apontado como líder de facção gaúcha, foragido após ganhar prisão domiciliar humanitária, é preso em SP
Gaucha ZH
Marizan de Freitas, 35 anos, foragido da Justiça, foi preso pela Polícia Civil, nesse domingo (30), em São Paulo. Conhecido como Maria, o criminoso, que soma 38 anos de condenações, havia fugido da prisão domiciliar na última semana. Apontado pela polícia como um dos líderes de uma facção que atua no Vale do Sinos, Marizan foi capturado em uma operação conjunta das polícias gaúcha e paulista.
O trabalho de investigação policial apurou que Marizan estava se preparando para se mudar para o Exterior. Antes de fugir, ele ocupava uma residência de luxo, em um condomínio em Capão da Canoa, no Litoral Norte, onde cumpria a prisão domiciliar humanitária pedida por seu advogado em maio. O benefício foi concedido pela Justiça em razão de uma cirurgia que ele precisava fazer em uma perna onde possui um antigo ferimento por disparo de arma de fogo.
Na última quinta-feira (27), o Ministério Público (MP) revogou a prisão domiciliar e determinou o retorno do preso à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A decisão foi encaminhada após inspeção de policiais militares que não localizaram Freitas no condomínio em que ele informou à Justiça que ficaria após a cirurgia.
Desde então, uma operação conjunta de busca foi organizada pela Polícia Civil (Delegacia de Capturas) e Brigada Militar. Nesse domingo, o foragido foi localizado fora do RS e capturado em uma ação realizada por duas equipes da 3ª Divisão de Investigações do Narcotráfico (Din) do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), coordenadas pelo delegado Gabriel Borges.
O delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil do RS, afirma que foram empregadas todas as técnicas e recursos disponíveis para realizar a prisão do foragido.
—A investigação foi feita com nossos dados das equipes de Inteligência. Foi um trabalho realizado pelos policiais da 3ª DIN, que estavam lá em São Paulo, e também pela delegacia de capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) que trabalharam em sincronia nessa ação — explica Sodré.
Extensa ficha criminal
Dos 38 anos de condenação, Marizan já cumpriu pelo menos 11. Há condenações por tráfico de drogas, tentativa de homicídio, além de outros processos, inclusive por homicídio e lavagem de dinheiro. Ele é considerado pelo Ministério Público (MP) como "indivíduo de alta periculosidade".
Em 2015, O MP interceptou escutas telefônicas, com autorização da Justiça, que comprovaram a atuação de chefes do tráfico dentro das cadeias do RS. Em uma das gravações, Marizan de Freitas, que estava preso na Pasc à época, acompanhou, ao vivo, pelo telefone celular, a execução a tiros de um rival na disputa por pontos de venda de drogas. Após a execução, ele ainda teria reclamado que a pistola “engasgou”. No mesmo ano, a Justiça determinou que ele fosse encaminhado a uma penitenciária federal de segurança máxima.
Em 2020, Freitas foi um dos 18 líderes de facções que foram transferidos para penitenciárias federais fora do Estado durante a megaoperação Império da Lei. Um ano depois, ele retornou à Pasc, considerada a penitenciária mais segura do Estado.
Zoreia capturado
Na última semana, a Polícia Civil capturou outro fugitivo da Justiça que havia recebido o benefício da prisão domiciliar humanitária. Sandro Alixandro de Paula, o Zoreia, 40 anos, foi preso em uma operação conjunta da Polícia Civil gaúcha e paraense. O criminoso, que tem 243 anos em condenações, foi capturado no Distrito de Mosqueiro, uma das ilhas de Belém do Pará.
Quando foi preso, o criminoso estava em uma praia para onde planejava se mudar com a família, após viajar por países da América Latina. O preso foi transferido de volta para o Estado em voo comercial e chegou na noite da última quarta feira (26). Ele foi reconduzido para a Pasc, onde deve seguir cumprindo pena.