06/07/2023 às 09h51min - Atualizada em 06/07/2023 às 09h51min
Falta solução para o emaranhado de fios que faz esculturas medonhas nos postes
Gaucha ZH
Não há limites para os fios pendurados nos postes. Ou há, mas foram ultrapassados nestas esculturas medonhas. É assustador, dá medo de passar perto. A foto desta coluna foi enviada por um leitor impressionado com o que viu na Avenida Independência, em Porto Alegre. Ela gerou uma enorme repercussão entre outros quando a coluna a colocou na rede social, recebendo relatos de que isso ocorre também em outros municípios, não com tantos fios como na Capital, claro.
Uma das pessoas que procurou a coluna para comentar foi a presidente da Associação Nacional dos Procons (ProconsBrasil), Marcia Moro, que é do Rio Grande do Sul. Ela reclama que o regramento do assunto no país não é claro, o que será tratado em outubro em uma reunião na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
- As concessionárias de energia recebem aluguel para compartilhar e manter a estrutura. As operadoras de telefonia e internet pagam e deixam esse lixo visual, além de provocar muitos acidentes. No ano passado, em Santa Maria, foram 99. Em 2023, até agora, já foram 122 - diz Marcia, que atua no Procon da cidade gaúcha. Para exemplificar a bagunça, citou o caso de Gravataí, onde a RGE foi obrigada a retirar tudo e até a prefeitura ficou sem telefone e internet.
O programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, procurou a prefeitura de Porto Alegre e a CEEE Equatorial para falar do assunto em busca de uma saída. Ainda não saiu o debate. Por escrito, a concessionária disse que as ações de "ordenamento de redes" estão sendo capitaneadas pela prefeitura desde reunião em junho. A empresa informou que vai notificar sobre fiações incorretas presas nos postes, mas restringiu a estruturas dos bairros Restinga e São José neste primeiro momento, ampliando depois para os demais. Já a prefeitura de Porto Alegre diz que faz inspeções a partir de constatação de excesso e denúncias, mas admite ser difícil identificar as empresas responsáveis por cada fio. Aí, acabam notificando a CEEE Equatorial, que é a dona dos postos e aluga às demais. A prefeitura sugeriu à concessionária revisar contratos para clientes identificarem os fios de forma permanente, já que as etiquetas se desgastam. Em tempo, a obrigatoriedade de enterrar os fios na cidade tem prazo de 15 anos.
Enquanto isso, a cidade segue com essa "decoração" feia e perigosa.