21/03/2023 às 09h22min - Atualizada em 21/03/2023 às 09h22min

Vídeos com gritos de socorro e fala de delegada: como foi o 1º dia do júri de Leandro Boldrini

GZH
primeiro dia do novo júri de Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, morto em 2014, foi marcado pelo longo e único depoimento do dia, o da delegada Caroline Bamberg, que comandou as investigações à época do crime. Na sessão, o grande debate girou em torno do envolvimento do réu no caso: se o médico mandou ou não matar o filho, então com 11 anos.
Para Caroline, Boldrini combinou a morte do menino com a companheira, Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo e executora do assassinato.
O depoimento de Caroline começou por volta das 14h30min e durou cerca de seis horas. A delegada foi a responsável pela investigação da morte, e ouviu mais de cem testemunhas ao longo da apuração. Ao longo do seu depoimento, disse repetidas vezes ter certeza de que Boldrini atuou como mentor intelectual da morte do filho. Afirmou que o menino foi morto porque “não se encaixava mais” no contexto familiar depois que a mãe morreu e a madrasta passou a viver com Boldrini.
A defesa do réu sustentou que “não há provas” de que Boldrini tenha acertado a morte do filho, mas a delegada afirmou que o acordo ocorreu dentro de casa, na intimidade do casal.
A policial lembrou também que foram feitas escutas telefônicas, com aval da Justiça, em aparelhos do casal e de familiares dos dois.
A delegada disse ainda que Boldrini defendeu a companheira em todas as vezes que foi ouvido, mas mudou de versão quando o corpo do filho foi encontrado.
Pela manhã, a exibição de um vídeo com cerca de 30 minutos de duração marcou o início da sessão. Os vídeos mostram Bernardo discutindo com o pai e a madrasta, Graciele Ugulini, e por várias vezes gritando por socorro.
 Ao assistir as imagens, Leandro Boldrini baixou a cabeça e se dirigiu aos advogados: — Eu preciso assistir isso? Com a resposta negativa, Boldrini deixou o plenário por alguns minutos, mas retornou antes do fim da exibição.
Também foi reproduzida imagem que mostra Bernardo e Leandro discutindo. O vídeo mostra o menino indo até a cozinha da casa para pegar uma faca e apontá-la contra o pai.O vídeo é uma das principais provas a serem apresentadas pela acusação.
O MP sustenta que Boldrini torturava o menino e foi o autor intelectual da morte. Mais cedo, o promotor Miguel Podanosche declarou que não há dúvidas do envolvimento do pai no crime.
As outras testemunhas serão ouvidas a partir desta terça, segundo dia do julgamento.
 

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