24/10/2022 às 10h15min - Atualizada em 24/10/2022 às 10h15min

Após resistir com tiros de fuzil e granada, Roberto Jefferson chega a presídio no Rio

Gaucha ZH
O ex-deputado federal Roberto Jefferson chegou ao Presídio de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro, no início da madrugada desta segunda-feira (24). A entrada na cadeia aconteceu 14 horas depois de o político resistir à voz de prisão dada por agentes da Polícia Federal (PF), atacando os policiais com tiros de fuzil e granada. Após oito horas de negociação, Jefferson se entregou na noite de domingo (23). Segundo informações do portal G1, o ex-deputado pode ser transferido ainda nesta segunda para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, localizado na zona oeste da cidade. Na manhã passada, Jefferson reagiu com uma granada e tiros de fuzil à ação de agentes da PF que cumpriam mandado de prisão contra ele, em ação que deixou dois policiais feridos. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a volta de Jefferson para a prisão em regime fechado depois que ele divulgou novos ataques ao processo eleitoral e a integrantes da Corte.
Posteriormente, Moraes emitiu pedido de prisão em flagrante por dupla tentativa de homicídio em razão dos ataques contra os agentes. Karina Miranda e Marcelo Vilela, feridos na operação, estão fora de perigo. O ataque de Jefferson aos policiais federais foi inicialmente comunicado pela filha dele e ex-deputada federal Cristiane Brasil. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ela afirmou que o pai estava enfrentando os policiais a bala, e classificou a Polícia Federal como "a Gestapo do Xandão", em referência à polícia da Alemanha nazista e a Moraes.
— Meu pai está enfrentando hoje, domingo, meio-dia, a Gestapo do Xandão, sozinho, a balas, pois não vai se entregar ao totalitarismo, à ditadura do Judiciário sobre a democracia — disse Cristiane no vídeo.
Em vídeos divulgados pelo ex-deputado, ele admitia ter atirado em direção aos policiais durante a tentativa de prisão:
— Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los.
Em outro vídeo, o para-brisa de um veículo da PF aparece estilhaçado. As negociações para a rendição de Jefferson se estenderam pela tarde de domingo até o início da noite. O ministro da Justiça, Anderson Torres, participou do processo que culminou na entrega do ex-deputado.
Após a prisão, Moraes se manifestou no Twitter. "Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos", escreveu o ministro.
Manifestações dos presidenciáveis
O presidente Jair Bolsonaro (PL) também comentou o desfecho do caso: "Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio". Bolsonaro chegou a se desvencilhar da imagem de aliado de Jefferson, alegando que não teria fotos ao lado do ex-deputado preso. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vinculou o episódio a uma "parcela raivosa" da população desenvolvida durante o governo de Bolsonaro. Lula declarou que “não é um comportamento adequado, nem normal” os disparos do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra agentes da Polícia Federal (PF).

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