O acesso dos lares brasileiros à internet cresceu 6 pontos percentuais em dois anos e passou a fazer parte da rotina de 90% das famílias brasileiras em 2021, segundo os dados publicados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O avanço mais acentuado no número de domicílios no intervalo entre 2019 e 2021 ocorreu na zona rural. No período, o percentual de domicílios em que a internet era utilizada passou de 57,8% para 74,7%.
Na área urbana, o acesso das famílias à rede global de comunicação passou de 88,1% para 92,3%, de acordo com os números da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Entre os 7,3 milhões de lares em que não havia utilização da internet, as principais motivações citadas são a falta de interesse (29,3%), o elevado preço do serviço (28,8%) e a ausência de conhecimento sobre como usar a internet (27,1%).
A indisponibilidade do serviço de acesso à internet na área do domicílio afeta 5,9% das residências em que não havia utilização da internet e o motivo de o equipamento eletrônico para acessar a rede ser caro foi citado por 4% das famílias. Na zona rural, além dos três motivos mais alegados acrescenta-se a falta de disponibilidade do serviço de acesso, que representa 16,2% dos lares que não utilizavam a internet, em contraste com somente 0,8% em área urbana.
O estudo revela ainda que, em 2021, telefone celular foi o equipamento mais utilizado para acessar a internet no domicílio, bem próximo de alcançar a totalidade dos lares com acesso à rede (99,5%). Na sequência, mas abaixo da metade dos domicílios em que havia acesso à internet, aparecem o aparelho de televisão (44,4%), seguida pelo microcomputador (42,2%) e pelo tablet (9,9%).
Na passagem entre 2019 e 2021, houve redução do uso do microcomputador e do tablet no acesso à internet, enquanto a utilização da televisão para tal finalidade aumentou em 12,1 pontos percentuais. O uso do telefone móvel celular no acesso à internet, por sua vez, permaneceu estável no período. De acordo com o IBGE, trata-se da primeira vez que o uso da televisão superou o do microcomputador para tal finalidade.
A mesma tendência é observada tanto em área urbana quanto em zona rural, ainda que com percentuais substancialmente menores para o uso de microcomputador, televisão e tablet na comparação com os grandes centros. Na área urbana, 47% dos domicílios que utilizavam a internet acessavam por meio da televisão, 45,6% pelo microcomputador e 10,7% pelo tablet. Por sua vez, na zona rural, esses percentuais eram de 23%, 14,6% e 3,1%, respectivamente.
De acordo com o IBGE, a parcela de domicílios em que havia utilização da internet com conexão discada foi se tornando cada vez mais irrelevante no período compreendido entre 2016 a 2021, com uma redução de 0,6% para 0,1%.
Até 2019, ambos os tipos de conexão por banda larga mostraram gradual crescimento nos domicílios. Em 2021, a banda larga móvel (3G ou 4G) se reduziu e a fixa aumentou. Foi a primeira vez em que a proporção de lares com acesso à banda larga fixa superasse a da banda larga móvel.
Nas residências em que havia utilização da internet, o percentual dos que usavam banda larga móvel passou de 81,2% para 79,2% entre 2019 e 2021. Ao mesmo tempo, o percentual dos domicílios que utilizavam a banda larga fixa aumentou de 78% para 83,5% no mesmo período.