15/09/2022 às 09h38min - Atualizada em 15/09/2022 às 09h38min

Igreja Nossa Senhora das Dores já recebe mais visitantes e fiéis após anúncio de transformação em basílica

Gaucha ZH
A transformação da Igreja Nossa Senhora das Dores em basílica já alterou a rotina do prédio localizado no Centro Histórico de Porto Alegre. Na noite desta quinta-feira (15), a mudança será oficializada em uma missa celebrada pelo arcebispo metropolitano Dom Jaime Spengler a partir das 19h30min. O título havia sido confirmado em junho pelo Papa Francisco. Após o anúncio, a administração do prédio histórico tem registrado aumento de visitantes e fiéis. Além disso, estão em andamento projetos para restaurar a estrutura e também para criar um memorial no prédio e um espaço cultural. De acordo com o pároco da nova basílica, padre Lucas Matheus Mendes, a mudança é de reconhecer a importância histórica do templo, que, no entanto, não terá alterações no funcionamento.
—  O título de basílica é uma concessão que o Papa dá a igrejas importantes, por sua característica histórica, arquitetônica, cultural e religiosa. O templo passa a pertencer mais estreitamente ao Papa, é uma ligação maior com a própria igreja de Roma. E dá também, para a cidade, um caráter mais universal, do ponto de vista católico— explica.
A obras da igreja começaram em 1807, ano em que foi lançada a pedra fundamental em um terreno entre as então ruas Cotovelo e da Praia, às margens do Guaíba. O trabalho de construção seguiu durante quase um século, e chegou a ser interrompido diversas vezes; uma delas, devido à Revolução Farroupilha (1835-1845). A inauguração ocorreu em 1903, em estilo colonial português, com a fachada principal e as torres ornamentadas com esculturas em gesso. Hoje, o endereço do templo é no número 587 da Rua dos Andradas.
— A Igreja das Dores acompanhou Porto Alegre. As torres dela cresceram ao mesmo tempo que a cidade ganhou importância. A igreja é um ícone — diz o pároco.
Em 1938, a pedido da comunidade, a Igreja Nossa Senhora das Dores foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) devido ao valor artístico e arquitetônico, na categoria de Sítio Histórico Urbano Nacional. Há outras duas basílicas no Estado: o Santuário Nossa Senhora Medianeira, em Santa Maria, e a Catedral São Luiz Gonzaga, em Novo Hamburgo.
Movimento no templo
O pároco relata que a confirmação do título de basílica causou o aumento do interesse das pessoas nos últimos meses: mais fiéis têm procurado o local para atividades religiosas, como casamentos, missas e confissões. O mesmo ocorreu com os turistas. Por isso, o padre diz que a administração do templo atua em duas frentes para se adaptar ao novo cenário. A primeira é a restauração da escadaria da entrada principal e a pintura externa do prédio. Neste momento está em fase de conclusão o projeto arquitetônico da estrutura. O outro objetivo é a criação de um memorial com 3 mil peças. Esse espaço abrigará artes sacras e profanas (aquelas que não são religiosas), e será aberto ao público, como uma opção de atividade turística aos visitantes. Além disso, no projeto de restauração da estrutura, está previsto a instalação de um café, para que sejam desenvolvidas atividades culturais.
— A igreja já é um ponto turístico, mas queremos que ela agregue outros elementos. Queremos que seja um lugar polivalente, com a sua beleza e estrutura a serviço da cultura de Porto Alegre — comenta o padre.
Conforme o pároco, a estimava é de que os investimentos custem entre R$ 3,2 milhões e R$ 3,5 milhões. Por ser um patrimônio histórico, os recursos serão obtidos por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e Lei Rouanet. A expectativa é que o projeto seja protocolado até o fim deste ano e que as reformas comecem em 2023. Depois de iniciado, o trabalho deve durar até dois anos.

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