15/06/2022 às 19h25min - Atualizada em 15/06/2022 às 19h25min

Abertura do Canadá à carne suína brasileira pode beneficiar RS

Com status de zona livre de aftosa sem vacinação, expectativa é que habilitação de três frigoríficos catarinenses seja estendida futuramente a plantas do Estado e do Paraná

O sinal verde dado pela Canadá aos embarques de carne suína de três frigoríficos de Santa Catarina animou empresas do setor nos dois estados vizinhos do Sul. Nesta semana, duas plantas da Seara Alimentos (do grupo JBS), localizadas nos municípios de Itapiranga e São Miguel do Oeste, e uma da Cooperativa Central Aurora em Chapecó foram habilitadas a exportar para o país da América do Norte, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A expectativa da entidade é que essa abertura seja futuramente estendida a unidades processadoras de suínos no Rio Grande do Sul e no Paraná, ambos reconhecidos internacionalmente como zonas livres de febre aftosa sem vacinação.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, explica que a habilitação das três primeiras plantas é resultado de anos de negociação com o Canadá. Quando esse processo começou, o Rio Grande do Sul e o Paraná ainda não detinham a certificação concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (conhecida pela sigla OIE). Os dois estados foram reconhecidos como áreas livres de aftosa sem vacinação em 2021, enquanto Santa Catarina conquistou o status sanitário 15 anos atrás. Em breve, mais plantas catarinenses devem ser autorizadas a exportar para o Canadá, espera Santin. “Não dá para prever prazos, mas esperamos que logo o RS e o PR também tenham plantas habilitadas. O Ministério da Agricultura está trabalhando nisso para que aconteça o mais breve possível”, completa o empresário.

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (SIPS), Rogério Kerber, observa que, para se habilitar à exportação, as plantas industriais devem passar por auditorias externas. A pandemia de Covid-19, porém, dificultou a organização de visitas técnicas à Região Sul nos últimos dois anos. Isso explica porque, no caso de Santa Catarina, apenas três unidades industriais conseguiram se qualificar para embarques ao Canadá. Segundo Kerber, que também preside o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul (Fundesa-RS), a expectativa é de que, “terminada a pandemia, se abra espaço para novas missões técnicas não só do Canadá, mas também do Japão, da Coreia do Sul, do Chile, das Filipinas e da China”.

O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Fernando Groff, também estima que o status sanitário obtido pelo Rio Grande do Sul no ano passado deva abrir caminho para os embarques ao Canadá. “O Canadá é bastante exigente em quesitos sanitários, e abrir um novo mercado é uma perspectiva de que esse mercado acolha mais da nossa oferta”, avalia.

A ABPA enfatiza que a habilitação das primeiras plantas ocorre em um momento importante para o setor, diante da disparada dos custos de produção e da necessidade de aumentar as vendas externas. De acordo com a entidade, o Canadá é um comprador relevante no mercado internacional, importando, em média, 250 mil toneladas de carne suína por ano.


Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)


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