O momento ruim das exportações de carne suína no primeiro trimestre se estende à ponta produtora. No Rio Grande do Sul, muitos produtores já abandonaram a atividade e cerca de 15 mil matrizes podem ser descartadas. Em São Paulo, o cenário de crise não é diferente e o prejuízo para o produtor por animal vendido já chega a quase R$ 395.
Segundo o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, a indústria local indica que as vendas ao consumidor estão acontecendo. O grande problema é o repasse de preços que não está sendo feito pelo produtor.
“Há sim produtores saindo da atividade, pequenos e médios, que não conseguem mais suportar a crise e prejuízos. Nós estimamos que o Rio Grande do Sul deve perder em torno de 15 mil matrizes que são descartadas, pois produtores terão que sair da atividade”, diz.
O presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, também destaca o cenário ruim para o suinocultor, que vem perdendo vantagem entre o custo de produção e o preço de venda.
“Entendemos que vai ocorrer um buraco na oferta de suínos, até porque nossas granjas não têm estoque de animais vivos. Assim que melhorar o consumo, com certeza irá prevalecer a lei da oferta e demanda. Com isso, o suinocultor começa a ter um fôlego”, projeta Ferreira.