18/01/2022 às 10h37min - Atualizada em 18/01/2022 às 10h37min

Dependência econômica torna mulher mais vulnerável à violência doméstica

ARTIGO – PL CAPACITAÇÃO VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Uma em cada quatro brasileiras acima de 16 anos sofreu algum tipo de violência ao longo dos últimos doze meses no país. Desse total, 25% apontaram a perda de renda e emprego como os fatores que mais influenciaram na violência que vivenciaram em meio à pandemia.
Os dados são da pesquisa “Visível e Invisível”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ouviu 2079 homens e mulheres, em 130 municípios brasileiros, mostrando como a pandemia contribuiu para expor as mulheres à violência doméstica.
Em março, outro estudo, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostrou que a crise do Covid-19 derrubou a participação das mulheres no mercado de trabalho a 45,8% no terceiro trimestre de 2020, nível mais baixo desde 1990.
Com isso, o tempo de convívio em casa das vítimas com os agressores aumentou nesse período, ficando muitas delas sem acesso aos meios digitais para pedir socorro. Mulheres coagidas e intimidadas, que não conseguiram procurar uma delegacia, e outras que ainda nem pensam em fazê-lo, por medo de não ter como sustentar seus filhos.
A dependência financeira, somada ao medo do agressor, e à vergonha, sempre desencorajou as mulheres a denunciar a violência sofrida em casa, o que agora ficou mais evidente. Tudo isto me motivou a apresentar um projeto de lei, que foi votado e aprovado no mês de dezembro, que prevê o encaminhamento da mulher vítima, em condições de empregabilidade, para a capacitação profissional.
A ideia é aumentar a autoestima delas, facilitando a entrada no mercado de trabalho, dando independência econômica e emocional, para que possam transpor a barreira financeira e quebrar o ciclo de agressões.
Cada emprego conquistado por uma vítima capacitada livra uma mulher da violência doméstica. Só ela já seria uma vitória, mas, cada ato afirmativo e de coragem servirá de exemplo para outras. A capacitação, então, significará mais do que a liberdade, será a esperança de vidas prósperas e melhores.
 
*Zilá Breitenbach, deputada estadual e presidente do PSDB Mulher/RS

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