16/05/2017 às 09h00min - Atualizada em 16/05/2017 às 09h00min

Área de trigo no Rio Grande do Sul será no máximo 10% menor

A área de trigo no Rio Grande do Sul deve ter redução menor do que as estimativas anunciadas. Na avaliação da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), a queda deverá ser de, no máximo, 10% em relação ao ano anterior. Os números vem sendo apresentados pela entidade em reuniões da cadeia produtiva, como a da Câmara Setorial do Trigo no Estado, realizada no dia 10 de maio, e também ficaram de acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta quinta-feira, dia 11 de maio.
 
Segundo o órgão do governo federal, a área deve ser de 699,2 mil hectares contra 776,9 mil hectares de 2016. O presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, afirma que este dado da Conab coincide com o que a entidade levantou com base na consulta realizada nas cooperativas afiliadas, que indicaram variações mais fortes de queda em alguns locais e outros com menor redução de área. "Trabalhamos com uma visão diferente, sem uma visão de número consolidado ainda. Acreditamos que teremos uma redução de área, mas não tão grande quanto estava sendo divulgada", salienta.
 
Um dos motivos para esta sinalização, conforme o dirigente, é o de que com a queda nas cotações da soja, os produtores vão buscar no trigo uma compensação de renda e por isso devem fazer a opção de última hora pelo cereal. Além disto, de acordo com o presidente da FecoAgro/RS, esta ainda é uma cultura que no Rio Grande do Sul não tem uma substituta à altura. "Não temos uma opção de inverno para o produtor ter renda. O produtor também precisa cobrir a terra e as culturas alternativas ainda não têm expressão econômica", observa.
 
Pires lembra que nos últimos anos os produtores sofreram com problemas na cultura. Em 2014 e 2015 foram as condições climáticas que trouxeram perdas aos triticultores gaúchos. Já em 2016 a questão foi a comercialização. Mesmo com o clima ajudando, na hora da venda o produtor encontrou problemas. "A realidade é que há uma decepção do produtor com a cultura. Disseram que no momento que ele plantasse um trigo de qualidade ele teria mercado e isso não aconteceu em 2016. Tivemos o cereal com maior qualidade e produtividade da história, mas na hora da comercialização, tivemos percalços", destaca.
 
Neste sentido a FecoAgro/RS juntamente com a Embrapa Trigo, de Passo Fundo (RS), trabalha em uma pesquisa objetivando validar sistemas de produção que venham a permitir diversificação nos propósitos de cultivo e comerciais para o trigo. No primeiro ano do projeto, a variação da redução de custos verificada ficou entre 8,98% a 18,7%. A ideia é estimular a diversificação da produção, considerando que, em um ano normal, é produzido um excedente de mais de um milhão de toneladas, que tem apresentado baixa liquidez em curto prazo no mercado interno, o que avilta o preço do trigo no Rio Grande do Sul, causando prejuízos a todos os produtores do cereal.
 
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

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