03/05/2017 às 12h50min - Atualizada em 03/05/2017 às 12h50min

Testes comprovam que hidrelétrica influencia na vazão do Salto do Yucumã

Foto: Bjørn-Einar Nilsen / Divulgação
Testes realizados durante três dias comprovaram a influência da vazão das águas da usina Foz do Chapecó Energia na visibilidade do Salto do Yucumã, a maior queda d'água longitudinal do mundo, com 1,8km de extensão, em Derrubadas, no noroeste do Estado. Entre a meia-noite de 28 de abril e a meia-noite de 1º de maio, a usina funcionou com apenas uma das quatro turbinas, diminuindo a passagem de água pelo leito do Rio Uruguai. A medida foi determinada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, a partir de uma solicitação da Secretaria Estadual de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema).

— Com as medições hora a hora, confirmamos a nossa suspeita de que a usina Foz do Chapecó, situada a cerca de 160km do Salto, tem responsabilidade pelo enchimento do Yucumã. Durante o final de semana, o Yucumã ficou completamente visível — afirma o diretor do Departamento de Recursos Hídricos da Sema, Fernando Meirelles.
Nesta quinta-feira, uma videoconferência reunirá o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, a Sema, a Foz do Chapecó e a Agência Nacional de Águas (ANA) para avaliar os dados colhidos durante os três dias de testes.

— Há um precedente que nos favorece. Em Tocantins, a ANA fez alterações nas usinas que atuam no Rio Tocantins. No período de praia, o sistema elétrico costuma ser modificado. Isso também pode ocorrer na bacia do Uruguai como regra de sobrevivência para o turismo local — acredita Fernando.
A perspectiva de desaparecimento do Yucumã foi mostrada na edição de 28 de abril do Diário Gaúcho. Desde junho de 2016, a Sema vem colhendo dados que mostram a influência das hidrelétricas sobre o Salto.
A mudança pode voltar a movimentar o turismo na Rota do Yucumã, formada pelos 33 municípios do Celeiro e do Planalto Médio, que viu despencar a procura pela região nos últimos sete anos devido às más condições de visibilidade do Salto. As prefeituras culpam a instalação da usina de Chapecó, em funcionamento desde 2010.

— Esperamos que a ANA se sensibilize com a situação. Será um bem para o turismo e para a natureza — finaliza a empresária e representante da Associação Turística Caminhos do Interior de Tenente Portela, Márcia Mueller.
 
 
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