29/12/2020 às 07h19min - Atualizada em 29/12/2020 às 07h19min

Fim do auxílio emergencial causa preocupação e ameaça ritmo de retomada da economia

Gaúcha ZH

Previsto para a virada do ano, o fim do auxílio emergencial ameaça o ritmo de recuperação da economia na largada de 2021. Criado para proteger camadas como a dos trabalhadores informais na pandemia, o benefício serviu de combustível para o consumo nos últimos meses em todo o país. Com o provável término — a renovação do auxílio emergencial em 2021 chegou a ser discutida entre parlamentares, mas, até o momento, o governo federal descarta ampliar o programa —, há temor de que parte da população fique desamparada em meio às restrições geradas pela covid-19, inclusive no Rio Grande do Sul. Assim, a velocidade de retomada deve perder gás.

A preocupação encontra respaldo nos números. Até 22 de dezembro, o auxílio repassou R$ 12,1 bilhões a beneficiários no Estado, conforme a Caixa Econômica Federal. A quantia equivale a cerca de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho. Conhecido como a soma dos serviços e bens produzidos, o PIB foi estimado em R$ 475,17 bilhões, em 2019, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado ao governo estadual. Criado em abril, o auxílio é fruto de acerto entre Congresso e Planalto. No país, transferiu R$ 289,1 bilhões para beneficiários até o último dia 22, informa a Caixa. A cifra contempla os cinco repasses iniciais, no valor de R$ 600, além da extensão de até quatro parcelas de R$ 300.

O provável encerramento está relacionado às dificuldades fiscais vividas pelo Brasil. Com a chegada do coronavírus, o governo federal teve de elevar gastos para preservar empresas e trabalhadores. O efeito colateral foi o aumento da dívida pública, que deve fechar neste ano em nível equivalente a 91% do PIB nacional, segundo estimativa divulgada na semana passada. Professor da ESPM em Porto Alegre, Fábio Pesavento frisa que, mesmo sem o auxílio, a economia tende a crescer em 2021. O ritmo de avanço, entretanto, deve ficar mais contido sem o estímulo, aponta o economista: — Temos uma retomada de atividades produtivas no país. E parte importante desse movimento é explicada pelas políticas anticíclicas adotadas pelo governo, incluindo o auxílio emergencial. No momento em que essa medida acabar, deixará ponto de incerteza sobre a recuperação. O tamanho da incerteza ainda é difícil de mensurar.

O Ministério da Cidadania aponta que 2,8 milhões de pessoas foram elegíveis para receber as parcelas iniciais do benefício no Rio Grande do Sul. O número é quase o dobro da população de Porto Alegre — 1,5 milhão de habitantes. No Brasil, 68,2 milhões de pessoas foram elegíveis. De acordo com o ministério, beneficiários contemplados pela extensão já integravam o grupo que havia recebido as parcelas de R$ 600. 

 

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