As perdas do setor agropecuário do Rio Grande do Sul motivadas pela falta de chuva são pauta de uma série de reuniões em Brasília. A agenda de autoridades com lideranças rurais no Ministério da Agricultura segue nesta quinta-feira. Na noite de quarta (11), a titular da pasta, Teresa Cristina, recebeu o governador Eduardo Leite e o secretário da Agricultura, Covatti Filho. Representantes das bancadas estadual e federal nos parlamentos também estiveram na reunião que tratou dos efeitos da estiagem.
Um documento apresentando as medidas foi entregue à ministra. Segundo a nota, o Banco Central registrou a tomada de R$ 18,7 bilhões de crédito rural no Rio Grande do Sul entre julho e dezembro de 2019. Os empréstimos totalizam mais de 225 mil contratos. A principal demanda da comitiva é a renegociação dos créditos de custeio e comercialização contraídos até a safra 2019/20.
De acordo com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária na Assembleia, deputado Edson Brum, a criação de uma linha de crédito emergencial em razão da estiagem também foi solicitada. “Tem muita gente que está no banco, tem muita gente que tem Proagro e tem seguro. Mas outros não estão no banco e devem para cooperativas e devem para cerealistas”, observou. “Por isso, a abertura de uma linha de crédito junto ao BNDES, algo nesse sentido, a gente está trabalhando”, relatou o deputado.
De acordo com a proposta de entidades como a Farsul, a Fetag e a Fecoagro, os benefícios solicitados só seriam repassados com o cumprimento de critérios básicos. Seriam contemplados apenas os produtores que apresentarem laudos técnicos agronômicos com perdas iguais ou superiores a 25% nos grãos e de 15% nas demais atividades agropecuárias. Conforme atualização da Emater, a queda de produtividade em razão da estiagem chegou a 32,2% nas culturas de soja e a 26,2% na safra 2019/20 de milho.