03/03/2020 às 09h48min - Atualizada em 03/03/2020 às 09h48min

A abertura da 21ª Expodireto Cotrijal, nesta segunda-feira, em Não-Me-Toque, foi marcada por um pedido e uma ausência.

Produtores pedem apoio da União para reduzir juros e danos da estiagem

Alexandro Auler/Divulgação/JC
A abertura da 21ª Expodireto Cotrijal, nesta segunda-feira (2), em Não-Me-Toque, foi marcada por um pedido e uma ausência. O pedido: redução de juros dos financiamentos para a chamada agricultura empresarial. A ausência: nenhuma medida de apoio efetiva aos produtores afetados pela estiagem no Rio Grande do Sul foi anunciada por parte do governo federal.
 
Após agradecer à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pelo trabalho feito na pasta e por “equacionar muitos pontos importantes da cadeia produtiva”, o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, reforçou a necessidade de redução dos juros para a atividade rural. E até mesmo para o bom desempenho da economia como um todo, disse Manica, é preciso equacionar a queda dos juros da taxa Selic aos oferecidos no Plano Safra para médios e grandes produtores.
 
“Já tivemos a Selic e a inflação em torno de 14% e os juros (do plano Safra) entre 7% e 8%. O ministro Paulo Guedes tem feito um bom trabalho de economia liberal, baseado na economia norte-americana, mas ele esqueceu que os juros norte-americanos são muito inferiores. Precisamos de juros menores para oxigenar o agronegócio”, pediu Manica.

A falta do anúncio do governo federal para prorrogação do pagamento das primeiras parcelas dos financiamentos tomados por produtores afetados pela estiagem decepcionou boa parte dos presentes na cerimônia. Apesar de já estar sendo solicitado desde fevereiro, o apoio da União a quem perdeu toda ou parte das lavouras de milho, especialmente, segue sem uma resposta positiva.Como as primeiras parcelas de financiamentos tomados no ano passado começam a vencer neste semestre, a Secretaria Estadual da Agricultura deve intensificar as ações neste sentido. Uma das medidas que pode acelerar o processo é a decretação de emergência, não mais por estiagem, mas devido ao avanço das perdas no campo, o que caracterizaria o cenário de seca, explica o secretário da Agricultura, Covatti Filho.

 
“Seguimos cobrando do governo federal, e, em breve, terei nova conversa pessoalmente com a ministra, para que ela reveja essa posição de prorrogação dos pagamentos. É importantíssimo esse apoio no adiamento das parcelas para custeio e investimentos contraídos pelo produtor”, alerta Covatti Filho.
Questionada sobre uma posição de apoio para minimizar os prejuízos com a estiagem no Estado, Tereza Cristina afirmou apenas que o tema segue em análise no ministério junto com pasta da Economia. Referente à queda nos juros, Tereza Cristina também resumiu que o tema depende de decisões da área da Guedes e de melhoria na economia nacional.
 
“Os juros já caíram. Estavam em 14% no ano anterior, mas, sim, podem cair mais no próximo Plano Safra. Sobre os pagamentos dos produtores, são negociações que ainda em curso”, resumiu a ministra.
 
A demora do governo federal em liberar a prorrogação dos pagamentos que começam a bater na porta dos produtores gaúchos também foi lamentada pelo governador Eduardo Leite. O governo se disse preocupado com o tema, que pode ter proporções ampliadas no Rio Grande do Sul, já que a previsão é de falta de chuva nos próximos dias, o que pode afetar com mais intensidade, agora, a soja, principal cultura em divisas geradas.

“Aguardamos uma resposta. Sabemos que o tema é complexo, mas está merecendo melhor atenção da ministra e do Ministério da Economia também”, cobrou Leite.

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