21/01/2019 às 09h46min - Atualizada em 21/01/2019 às 09h46min

Fetag-RS repudia afirmações sobre trabalhadores rurais e sindicatos

Diante das afirmações do economista Paulo Tafner, afirmando que tem trabalhador rural com mão lisa e estranhou que sindicatos dos trabalhadores rurais se mantenham, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) se manifesta com extrema preocupação e indignação.
A Fetag contesta essa suspeita generalizada de fraude colocada sobre os trabalhadores rurais. “Quem afirma que o agricultor tem mão lisa não conhece o campo, provavelmente nunca teve contato com o trabalho rural e não sabe de onde vem a comida que vai à mesa do brasileiro”, explica o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva. “São afirmações irresponsáveis e que afetam toda categoria de trabalhadores rurais, que tanto sofre no dia-a-dia, com preços, clima, e principalmente com o trabalho pesado. Deveriam ter vergonha de falar isso”, complementa.
Nesse momento em que se discute a reforma da previdência, observa-se uma ampla acusação de fraude dos benefícios rurais, sem distinção. Duvida-se do trabalho rural com muita facilidade. “São milhões de agricultores familiares que produzem 70% dos alimentos que estão sendo colocados sob suspeita”, explica Joel.
O Governo vem anunciando que vai publicar uma Medida Provisória de revisão dos benefícios, remunerando os servidores que encontrarem irregularidades. Essa premiação, segundo a Fetag, pode levar o servidor a cometer injustiça no cancelamento do benefício. 
A Fetag compara essa situação a do Chile, em que muitos idosos cometem suicídio porque não tem o mínimo para sobreviver. “Tirar os benefícios dos agricultores pode trazer essa realidade de forma muito rápida para o Brasil. Vai sujar as mãos dos que decidirem cancelar benefícios dos trabalhadores rurais que se aposentarem regularmente”, alerta o presidente da Fetag. Ele explica que a entidade não é a favor de conceder benefícios a quem não trabalhou, mas fazer uma revisão dessa forma, pagando o servidor para cancelar benefícios é injusto e cruel. A Fetag sabe que tem possibilidade de buscar o benefício na Justiça, quando indevidamente cancelado, mas questiona: “como o segurado que tiver seu benefício cancelado injustamente vai fazer para manter sua qualidade de vida até restabelecer seu benefício novamente na justiça”.
A Fetag entende que a reforma que foi anunciada para retirar privilégios está começando justamente por aqueles que recebem salário mínimo, isso porque revisar benefícios é uma maneira de fazer reforma, especialmente nessa opção de pagar pela revisão.
Outra afirmação completamente descabida do economista foi quanto aos sindicatos, estranhando que no meio rural eles se mantém, enquanto entre os urbanos passam por dificuldades. Parece que o economista quer acabar com os sindicatos, especialmente com os do meio rural. “Se os sindicatos se mantêm é porque fazem um bom trabalho. Aliás, a maioria das contribuições é espontânea”, explica Joel. O fato de a população rural diminuir e os sindicatos continuarem decorre da identidade e da permanência dos trabalhadores no campo. “Quem está aposentado, mantém-se vinculado, porque se identifica e se sente representado pelo sindicato”, conclui.
A Fetag não concorda com a retirada dos trabalhadores rurais da proteção previdenciária. “São pessoas que trabalham uma vida inteira no campo e não é justo que tem que esperar os 65 anos de idade para a concessão do benefício assistencial e muitos não terão condições de trabalhar até lá”, explica o presidente da Fetag.

 
(Direção da Fetag-RS)

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