Depois de cinco quedas consecutivas, o preço da gasolina voltará a aumentar nas refinarias. O anúncio foi feito pela Petrobras na manhã desta quarta-feira (30) e, a partir de quinta (31), o preço subirá 0,74% e passará a ser de R$ 1,9671 por litro — atualmente está em R$ 1,9526. Em maio, o preço do combustível nas refinarias da Petrobrás acumula alta de 9,42%, já que em 28 de abril o litro custava R$ 1,7977. Congelado por 60 dias, o preço médio nacional do litro do diesel permanece em R$ 2,1016. Depois desse prazo, o reajuste será mensal, de 30 em 30 dias. Para tentar pôr fim à greve dos caminhoneiros, o presidente Michel Temer anunciou, na noite do último domingo (27), além do congelamento do diesel,a redução em R$ 0,46 o seu valor, com corte em tributos como a Cide e o PIS/Cofins. Política de preços As variações vêm em meio a uma nova política de preços da Petrobras que prevê mudanças até diárias das cotações, em um momento em que a companhia tem prometido praticar preços alinhados ao mercado internacional e ao mesmo tempo se esforça para evitar perda de participação no mercado doméstico de combustíveis. Desde que alterou sua política de preços, em julho do ano passado, a estatal passou a promover reajustes quase diários dos combustíveis. A companhia refuta que seja responsável pela alta de preços ao consumidor e diz que o valor cobrado pela empresa corresponde a cerca de um terço dos preços praticados nas bombas. Segundo a estatal, as revisões podem ou não refletir para o consumidor final — isso depende dos postos. Mas os donos de postos também apoiam a reivindicação dos caminhoneiros, pois dizem estar perdendo margens com os aumentos de preços. O que o consumidor paga O aumento nas refinarias não é diretamente proporcional ao reajuste nas bombas de combustíveis, embora tenha impacto. Os postos de gasolina repassam ao consumidor os custos de toda a cadeia do combustível. O preço final é composto basicamente por quatro itens: realização do produtor ou importador, custo do etanol anidro, tributos (ICMS, PIS/PAsep e Cofins, e CIDE) e margens de distribuição e revenda. A cadeia começa com o preço pelo qual a gasolina chega aos distribuidores vindo das refinarias, sejam elas da Petrobras ou privadas. Além da gasolina pura comprada, as distribuidoras também compram de usinas produtoras o etanol anidro, que é misturado à gasolina que será vendida ao consumidor. As distribuidoras, então, vendem a gasolina aos postos, que estabelecem o preço por litro que será cobrado do consumidor.