12/06/2024 às 09h44min - Atualizada em 12/06/2024 às 09h44min
Volume de chuva previsto para o final desta semana no RS preocupa meteorologistas
Gaucha ZH
A chuva retorna ao Rio Grande do Sul no final desta semana, com previsão de volumes preocupantes, acima de 100 milímetros. Conforme especialistas, os sistemas meteorológicos serão semelhantes aos que atuaram em maio, só que menos expressivos. A Sala de Situação do Estado garante que não são esperadas grandes cheias, mas há condições para alagamentos e aumento dos níveis de arroios e córregos menores.
Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, ressalta que os modelos meteorológicos apresentam divergências em relação ao volume de chuva esperado e que será possível ter maior clareza sobre a previsão mais perto do final da semana. De toda forma, o cenário indica que a chuva chega ao RS na sexta-feira (14) e deve se intensificar no decorrer dos dias, podendo, no domingo (16), ultrapassar os 100 milímetros.
Conforme Cátia Valente, meteorologista da Sala de Situação do Estado, o volume para sábado, deve ficar entre 20 e 3o milímetros, mas já com possibilidade de temporais. No domingo, a chuva aumenta, com cerca de 90 milímetros. Cátia, no entanto, reforça que alguns prognósticos indicam a possibilidade da chuva ultrapassar os 100 milímetros.
— Vai estar quente quando a frente fria chegar ao Estado, e quando ela se chocar com o massa de ar quente que atua no território gaúcho, irão ocorrer os temporais. E esta instabilidade permanece para a próxima semana, por isso é importante seguir monitorando— diz Cátia.
Isso ocorre devido à atuação de uma área de baixa pressão, que se desloca do Paraguai em direção ao oceano, passando pelo território gaúcho, explica Vanessa Gehm, meteorologista da Sala de Situação. Também há uma massa de ar quente que atua na região central do Brasil, causando um bloqueio atmosférico, que canaliza todo o fluxo de umidade da Amazônia sobre o Estado e impede o avanço das frentes frias.
Todos esses fatores colaboram para que a chuva se concentre no sul do país — uma configuração bem semelhante àquela registrada no mês passado. Os especialistas destacam que os volumes serão inferiores, mas ainda preocupantes.
— A preocupação é justamente porque temos um cenário muito parecido com o que já vimos: um “apertamento” das instabilidades no sul do Brasil, como tivemos ao longo do último mês. E é muito volume para pouco tempo, já que a média mensal de chuva para o RS deve variar entre 100 e 150 milímetros. Essa quantidade se concentrará quase toda em três dias. A chuva vai aumentando até domingo, é gradativa, mas é algo que preocupa — aponta Borges.
De acordo com Vanessa, na sexta-feira, há condição de chuva moderada na região sul do RS e na fronteira com o Uruguai. A previsão indica temporais isolados, mas nada muito significativo. No sábado (15), essa instabilidade se espalha pelo Estado, com chance de até 50 milímetros em algumas áreas, como Sul, Centro e Região Metropolitana.
Risco de alagamentos
No domingo, a chuva se intensifica ainda mais, com volumes mais significativos (entre 70 e 110 milímetros) no Centro, Noroeste, Vales, Região Metropolitana e Litoral Norte. A instabilidade poderá estar acompanhada de vento com rajadas de até 70km/h, descargas elétricas e eventual queda de granizo.
— É bastante quantidade, mas deve ser pontual. Em alguns locais pode se observar esse volume e, em outros, não. Mas é pouco tempo, se pensarmos nos bueiros e na situação do Estado, isso traz preocupação, porque traz risco de alagamentos e elevação de arroios e córregos menores — acrescenta Vanessa.
Em outras áreas, como Sul, Oeste e Campanha, o acumulado de chuva pode variar entre 20 e 40 milímetros, afirma o meteorologista da Climatempo.
E a próxima semana?
Para segunda-feira (17), os modelos meteorológicos ainda apresentam divergências, mas indicam condição de instabilidade no RS.
— A próxima semana seguirá com tempo bastante instável. Por enquanto, o que estamos vendo é até dia 20 com alguma chuva pontualmente volumosa, só não conseguimos definir ainda as áreas mais afetadas — conclui Vanessa.