16/11/2021 às 09h04min - Atualizada em 16/11/2021 às 09h04min

Biodigestores: caminho para preservação da água e fonte de energia limpa

Mais do que nunca vemos a importância da água em nossas vidas. Ela está presente em nosso dia a dia, seja em casa para o consumo, nas indústrias, para gerar energia ou ainda no campo. A crise hídrica ilustra capas de jornais e revistas. A estiagem nos desafia a encontrar maneiras de seguir ampliando a produção.

Estas preocupações, somadas à necessidade de aumentar a produção de origem animal para suprir a fome no mundo, nos traz mais um alerta: como ampliar esta produtividade dando um destino seguro aos resíduos, e preservando a água?

Atualmente, muitos municípios gaúchos não têm como aumentar o plantel por conta do volume dos dejetos gerados nas propriedades. Assim, entidades ligadas ao setor, produtores rurais e gestores públicos, buscam alternativas para dar destino correto a estes resíduos, ampliando a produção com a necessária sustentabilidade.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as áreas de concentração de produção animal sem manejo adequado dos resíduos podem causar a contaminação das águas subterrâneas, ainda mais que na maioria das vezes a localização das atividades agropecuárias é muito próxima às nascentes de rios.

A aposta para transformar este passivo em ativo são os Biodigestores. Com a tecnologia instalada, o produtor poderá ampliar sua produção, encontrando uma renda extra, energia limpa de qualidade e ainda contribuir com a preservação dos mananciais, uma vez que a tecnologia evita a contaminação das águas.

A necessidade de políticas públicas e investimentos em energias renováveis, inclusive, foi um dos temas em debate na COP 26, onde o Brasil aderiu ao Compromisso Global do Metano, que prevê o corte de 30% nas emissões até 2030.

Penso que a disseminação dos biodigestores faz parte do cumprimento da meta. Se o potencial gaúcho de biomassa é comprovado, assim como, a necessidade de encontrarmos soluções para preservar a água e diversificar a matriz energética, porque não estamos aproveitando esta oportunidade e investindo em políticas públicas voltadas aos biodigestores?

*deputada estadual Zilá Breitenbach, presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da ALRS.
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