20/10/2021 às 15h16min - Atualizada em 20/10/2021 às 15h16min

Risco de contrair coronavírus ao tocar superfícies é menor do que 1%, aponta estudo

Pesquisadores, entretanto, destacam que o uso de máscara e a higienização das mãos seguem sendo fundamentais na prevenção

Um novo estudo aponta que o risco de contrair coronavírus através do toque de uma superfície contaminada ocorre em menos de 1% dos casos. Segundo os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a chance de contaminação é de cinco a cada 10 mil toques. As informações são do portal CNN Brasil. De acordo com a pesquisadora Margareth Dalcomo, medidas de limpeza, como higienizar produtos comprados no mercado, limpar solas de sapato e trocar de roupa imediatamente ao chegar em casa, por exemplo, são dispensáveis, pois o vírus fica, predominantemente, suspenso no ar.  Já o uso da máscara e a higienização das mãos seguem sendo fundamentais para prevenção. 

— Não é mais necessário que ninguém perca tempo com isso. Muito menos sola de sapato, nada disso é importante, o importante é proteger-se usando máscaras de boa qualidade e saber que a contaminação está ligada ao ambiente — pontuou. 

 O estudo foi feito na cidade de Barreira (BA). As amostras foram coletadas de junho de 2020 até maio de 2021 na principal área de mercado do município, que inclui lojas, supermercados, restaurantes, lanchonetes, bares e pontos comerciais. 

“Concluímos que, até o momento, o meio ambiente e os materiais inanimados não tiveram um papel importante na transmissão da covid-19 na cidade de Barreiras. Portanto, provavelmente, resultados semelhantes podem ser encontrados em outras cidades, principalmente aquelas com cenário epidemiológico covid-19 semelhante ao da cidade de Barreiras”, diz a pesquisa. 

ALÉM DA VACINAÇÃO, O QUE FAZER PARA EVITAR A COVID-19 

USO DE MÁSCARA 

- Máscaras do tipo PFF2 ou N95: são as que mais protegem. Têm múltiplas camadas, poros menores e clipe nasal para melhor vedação. Os elásticos, presos atrás da cabeça e do pescoço, podem ser adequados para que o acessório cubra o nariz e a boca da melhor forma possível. Faça um teste depois de colocá-la: inspire e solte o ar para observar se há escapes. A médica infectologista Andréa Dal Bó indica que cada máscara pode ser usada por um turno único de 12 horas ou três turnos de quatro horas — depois, precisa ser descartada. Entre uma e outra utilização, acondicione-a em uma embalagem plástica ou de papel, deixando os elásticos para fora. Há especialistas que indicam um revezamento entre máscaras, respeitando-se um intervalo de alguns dias entre cada uso.  

Máscara cirúrgica: com camada tripla e clipe sobre o nariz, é a segunda melhor indicação, conforme a bióloga Melissa Markoski. Andréa recomenda que, se necessário (no caso de o acessório ser muito grande e ficar frouxo), faça-se um nó nos elásticos perto do tecido — a sobra do tecido deve ser colocada para dentro do acessório — e não atrás das orelhas.  

— Máscara de tecido: deve ter três camadas (uma de poliéster entre duas de algodão) e pregas laterais, para dar maior amplitude. Também precisa ficar bem ajustada ao rosto, sem folgas ou áreas de escape.  

Combinação de duas máscaras: a infectologista Andréa salienta que a máscara de tecido colocada por cima da máscara cirúrgica oferece proteção quase equivalente à da máscara profissional. 

— É fundamental não ficar tocando na máscara, o que a deixa suja e contaminada. Quando tiver que manipulá-la, higienize as mãos antes e depois.  

— Tenha sempre em mente que a máscara só cumprirá o papel protetor tendo boa vedação permanentemente. Não adianta adquirir um estoque de máscaras PFF2 e não usá-las com plena vedação no rosto.  

DISTANCIAMENTO E VENTILAÇÃO DE AMBIENTES 

— Quanto melhor a qualidade da máscara, mais segura a pessoa estará ao conversar com alguém a 1,5 metro de distância, frisa Melissa Markoski. As gotículas expelidas serão contidas por essa barreira, e o que eventualmente escapar de aerossóis se dispersará antes de atingir o interlocutor. Quanto mais simples e menos eficiente o tipo de máscara, maior deverá ser o distanciamento e a ventilação do ambiente.  

— O conceito de aglomeração pode dar a ideia de dezenas de indivíduos concentrados, mas um jantar que reúne dois ou três casais de amigos dentro de casa já pode configurar uma situação de grande risco. Melissa alerta para a importância do comportamento habitual de cada um: a pessoa com quem você vai se encontrar tem circulado sem restrições por diversos ambientes? Costuma frequentar restaurantes? São fatores que precisam ser considerados no momento de cogitar se encontrar com quem não mora na mesma casa.  

— Andréa destaca que encontros de familiares e amigos não devem acontecer, mas, se ocorrerem, precisam ser ao ar livre ou em locais muito bem arejados. Evite almoços e jantares sem o distanciamento adequado. Pessoas que comem próximas umas das outras em locais abertos também se expõem ao risco de infecção. Membros de uma mesma família, que residem juntos, podem se alimentar perto uns dos outros.  

— Abrir uma janela da sala, simplesmente, não torna o ambiente bem ventilado. É preciso ter fluxo de ar para uma renovação rápida. Abrir a janela que fica diante de uma porta, por exemplo, aumenta essa velocidade de circulação, mas essa renovação de ar ainda pode levar até 30 minutos, avisa Melissa.  

— Aparelhos de ar-condicionado domésticos não proporcionam renovação de ar, apenas recirculação — ou seja, o mesmo ar viciado é jogado de dentro do equipamento para fora, ininterruptamente. Se apenas coabitantes estiverem na casa, sem problemas. Mas, quando se reunirem pessoas que não moram juntas, é preciso manter uma janela aberta.  

— Ventilação em veículos de transporte público também é essencial. Peça ao motorista de táxi ou de aplicativo para abrir janelas opostas. Em ônibus e lotações, o ideal também é manter janelas abertas.  

— Em escritórios onde há refeitório, copa ou cozinha para alimentação dos funcionários, deve-se estabelecer escalas para a utilização desses espaços. O fato de dois colegas trabalharem juntos diariamente não os torna seguros um para o outro. A máscara deve ser retirada somente no momento da ingestão de alimentos, o que deve ser feito distante dos demais. Ao comer, liberamos gotículas ao redor, e quem estiver infectado estará colocando os demais em risco.  

— Uma reunião em que todos tiram as máscaras para tomar cafezinho já pode ser considerada uma aglomeração. Evite comer ou beber no ambiente de trabalho se não for estritamente necessário, buscando sempre lugares mais afastados dos demais colegas. 

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

— A transmissão do coronavírus é menor por contato, mas acontece. Por isso, profissionais de saúde continuam vestindo aventais e luvas ao lidar com pacientes infectados. 

— Mantenha as mãos limpas pelo maior período possível de tempo, lavando-as com água e sabonete ou aplicando álcool em gel, esfregando bem as palmas, o dorso e entre os dedos. Sem perceber, tocamos o rosto com frequência, o que pode comprometer a eficácia da máscara ou contaminar boca, nariz e olhos diretamente. Quanto mais limpas as mãos estiverem, menor o risco de contaminação, diz Melissa. 

— Continua valendo a orientação de higienizar as mãos após tocar em maçanetas e corrimãos ou outros pontos onde várias pessoas encostam.  


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