31/03/2017 às 10h01min - Atualizada em 31/03/2017 às 10h01min

Qual a cor da sua vida?

Essa semana eu publiquei no facebook um texto, meio sem noção até, sobre o que eu gostaria que acontecesse no dia em que eu morrer. Escolhi cada detalhe do meu velório... e, já avisei, nada de crisântemos! A repercussão foi incrível. Não sei se positiva ou negativa, mas incrível. Ouvi todo tipo de comentários. Gente que se emocionou, gente que chorou, gente que odiou. Perguntaram-me se eu estava doente. Se havia acontecido algo. Teve até a reação da Schirlei, que foi maravilhosa, em alto e bom tom ela me disse: Me convida para o teu velório? – rimos alto!
Mas, eu me perguntei, por que esse texto impactou tanto, tanta gente? Penso que sei a resposta, pois evitamos pensar nisso. Evitamos pensar em muita coisa. Existe um medo latente que nos diz que pensar atrai, pensar na morte apenas quando for a hora. Pensar em ter uma relação apenas quando for a hora. Pensar em viajar apenas quando já tivermos trabalhado o suficiente. Casar então, somente quando já conhecermos bocas e corpos suficientes. Ter filhos? Somente com a pessoa perfeita e ideal.
Quem sabe quando realmente será a hora? E se você morrer antes da hora? E se você morrer amanhã? (sinto os olhos arregalando-se e em pensamento muita gente me dizendo: CREDO!) Mas, gente, todos os dias morre alguém. E ao menos eu deixei claro... quero pimentas. Como tudo na minha vida sempre foi, eu quero sabor, cor, intensidade e amor! (Tem pessoas que se forem ao meu enterro eu volto para puxar os pés, odeio falsidade!)
Como você sabe que aquela menina, meio pancada, que sempre fez tudo errado não é o amor da sua vida? A mulher que te dará um rumo, talvez não convencional, mas feliz.
Sabe aquela criancinha que surgiu do nada? Que não estava nos planos. Que pode ser sua, ou não. Pode simplesmente ter aparecido no caminho, essa criancinha pode ser o motivo dos seus sorrisos. Pode ser o teu beijo mais sincero, o teu abraço mais caloroso. O pedacinho de você que faltava... não é tua, mas te pertence. O universo quis assim.
Aquele funcionário meio rebelde, que sempre tem uma resposta meio atravessada, será que não é ele a pessoa proativa que você procura? Ele não é você, pensa por si mesmo, e isso incomoda né, mas se você olhar com atenção, pode ser bom!
Aquele cara, bem mais velho, ou bem mais novo. Que poderia ser seu pai ou seu filho. Quem disse que não é ele quem vai te dar o que você procura. Que vai te satisfazer na cama, te fazer rir com uma brincadeira de cócegas em frente à televisão ou simplesmente vai te acalmar enquanto acaricia teu cabelo.
Quem disse que aquela menina certa na hora errada vai estar ali quando o momento chegar. Talvez ela não esteja. Talvez ela esteja na sua cama hoje, junte suas roupas e nunca mais volte, pois você foi o cara errado na hora certa. Os jogos se invertem.
Seus filhos, quem disse que estudar para a prova é mais importante do que uma tarde na cascata? Tudo bem, a vida precisa de responsabilidades, mas ela também precisa de diversão, amor e boas memórias, ao final é isso que somos, memórias. Aquele sorriso de alegria, os olhos brilhando, será que não tem um peso maior do que uma nota 10? Quando você não estiver mais aqui, que histórias seus netos ouvirão a seu respeito? Que vida você viveu? Que marcas você deixou?
Quais as suas melhores lembranças, o que te faz sorrir em silêncio?
Se você nunca pensou na morte, que tipo de vida está vivendo? Qual a sua história?
 Repito... sem crisântemos. Toquem rock, bebam cerveja e me mantenham de rímel e batom vermelho.  É assim que quero ser lembrada. Não gosto de vida pálida.
Que cor você está pintando os seus dias? Qual a cor da sua vida?
 
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