05/05/2017 às 10h20min - Atualizada em 05/05/2017 às 10h20min

Mobilização contra as reformas

A greve geral, realizada na sexta-feira, 28 de abril, prometeu ser uma grande mobilização nacional de descontentamento com as reformas Trabalhista e Previdenciária. Os sindicatos organizaram o evento, com aglomeração em locais estratégicos e paralisação de atividades, como transporte e educação. Os pronunciamentos políticos, porém, não demonstraram preocupação com o povo tomando as ruas mais uma vez.
Enquanto isso, o governo federal mantém em rede nacional as frequentes inserções de amedrontamento, com a afirmação de que as modificações apresentadas pelo Executivo são necessárias para manter os direitos. Ridículas, as propagandas governamentais difundem medo e, ao mesmo tempo, repúdio aos líderes políticos, considerando as artimanhas criadas para tentar convencer a população a aderir aos seus projetos.
Midiaticamente, em comparação a outros eventos semelhantes promovidos na última década, a mobilização de sexta-feira não alcançou ibope nos veículos de comunicação. Não tanto quanto as manifestações a favor do impeachment e contra a corrupção. Há, pois, atualmente, uma descrença institucionalizada de que a ação popular, embora expressiva, não conseguirá inibir as severas reformas propostas no Congresso Nacional.
As deliberações acerca das alterações na legislação trabalhista e previdenciária estão constantes no Parlamento. O ponto, agora, é verificar se o clamor social repercutirá algum efeito nos discursos e, principalmente, nas votações. Legitimados pelo povo, os deputados e senadores, embora a maioria da sociedade demonstre contrariedade com os referidos projetos, têm a incumbência de definir o rumo dessas reformas.
Gargalo da corrupção
Integrante da força-tarefa da Operação Lava-Jato, o procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, trouxe à discussão uma reflexão sempre presente sobre as consequências da corrupção no seio da sociedade brasileira. Ele se manifestou em virtude da decisão do Supremo Tribunal Federal, na terça-feira, 2 de maio, de conceder liberdade, por meio de habeas corpus, ao ex-ministro José Dirceu.
Além de classificar a decisão da Suprema Corte como incoerente, ao confrontar a argumentação dos ministros com a de outras em feitos relativos a prisões preventivas, o procurador utilizou de casos recentes de corrupção e de tráfico de drogas. “Confiamos na Justiça e, naturalmente, que julgará com coerência, tratando da mesma forma casos semelhantes. Hoje, contudo, essas esperanças foram frustradas”, disse.
Porém, um dos pontos mais interessantes e reflexivos de seu desabafo nas redes sociais, indubitavelmente, foi o seguinte: “Diz-se que o tráfico de drogas gera mortes indiretas. Ora, a corrupção também. A grande corrupção e o tráfico matam igualmente. Enquanto o tráfico se associa à violência barulhenta, a corrupção mata pela falta de remédios, por buracos em estradas e pela pobreza”.
Por vezes, a sociedade, cansada e sem esperança, deixa de se revoltar com a corrupção. Todavia, o ato corruptivo, em uma democracia externada em um Estado ainda assistencialista, é o elemento fatal para a promoção de condições mínimas de vida. O gargalo da corrupção torna, portanto, ineficiente os sistemas de educação, de saúde, de segurança. Infelizmente. A corrupção afeta a todo
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